domingo, 23 de novembro de 2008

O fenômeno das embalagens PET




A reciclagem de plástico PET já movimenta R$ 1 bilhão em negócios no Brasil. O País reciclou 230 mil toneladas em 2007, menos apenas que o Japão. Hoje 53,5% do material volta à indústria, e a demanda está crescendo entre empresas do setor têxtil, de embalagens e materiais para construção. O PET - sigla para Politereftalato de Etileno - é uma resina de poliéster que ganhou mercado no País a partir da década de 1990. De 1996 até hoje, o reúso do material cresce a taxas médias de 18% ao ano.

O boom das embalagens PET, que fizeram sua estréia mundial nos anos 70, foi desencadeado a partir do desenvolvimento de tecnologias de transformação que permitiram sua produção em larga escala e a baixo custo. Os grandes fabricantes passaram, então, a substituir as embalagens tradicionais pelas práticas embalagens de PET. Com seu conjunto de vantagens – transparentes, leves, inquebráveis, de designs diferenciados –, as embalagens PET rapidamente conquistaram a indústria e os consumidores.

No Brasil, a novidade chegou na década de 90. O crescimento foi tão expressivo que a produção nacional de PET saltou de 70 mil toneladas em 1994 para aproximadamente 374 mil toneladas em 2005. E a tendência de adoção do PET em substituição a outros materiais se mantém. Prova disso é a expansão da demanda mundial, calculada hoje em mais de 7 milhões de toneladas/ano.


Reciclar é preciso

Se o avanço vertiginoso das embalagens PET mudou radicalmente hábitos de consumo, também gerou desafios para a indústria e a sociedade, que buscam caminhos para tratar o volume de descarte gerado. As previsões de crescimento do mercado só tornam ainda mais imperiosa a necessidade de as sociedades se dedicarem à reciclagem.

Atualmente, nos centros urbanos, cada indivíduo gera cerca de 1 quilo por dia de descartes sólidos. Embora o PET não seja o plástico mais produzido (representa apenas 7,5% dos plásticos, aproximadamente), é 100% reciclável. Reutilizá-lo traz inúmeros benefícios socioambientais, energéticos e econômicos.

As taxas de reciclagem de PET no Brasil já superam a marca de 45% – um patamar que pode ser considerado excelente, levando-se em conta o tempo que o país iniciou essa atividade e a deficiente logística brasileira para resgatar materiais recicláveis. Mas há oportunidades para avançar mais, por exemplo, por meio do incremento dos sistemas de coleta seletiva.


As vantagens da reciclagem

Reciclar o PET traz vantagens para todos.

Para o País: representa economia de divisas, uma vez que propicia redução nas importações de matéria-prima (petróleo ou a própria resina virgem).

Para o meio ambiente: poupa as fontes não-renováveis de energia (as matérias-primas básicas do PET são derivadas do petróleo) e reduz o impacto ambiental do descarte de embalagens. Mais: contribui para reduzir os gastos públicos com tratamento do lixo e para aumentar a vida útil de locais de deposição.

Para a indústria: as empresas que utilizam o PET revalorizado se beneficiam das vantagens econômicas representadas pela reutilização do material descartado.

Para a sociedade e a geração de empregos: impulsiona o surgimento de indústrias dedicadas à reciclagem e atividades relacionadas. São novas empresas, que recolhem impostos e geram empregos diretos e indiretos, na medida em que estimulam o crescimento da rede de coleta que já se ocupa de outros materiais como vidros, papéis e latas.


Você sabia?

• Fazer uma garrafa de PET reciclado representa uma economia de energia de 93% em relação à produção da mesma embalagem com resina virgem, considerando as várias etapas de transformação do polímero desde o petróleo.

• A capacidade dos lixões e aterros sanitários, principalmente nos grandes centros urbanos, está próxima da saturação, demandando ações urgentes em favor da coleta seletiva e da reciclagem.

• A captação de materiais recicláveis (embalagens PET entre eles) é fonte de renda de cerca de 200 mil famílias em todo o Brasil.


O processo da reciclagem


Muito amigável em relação ao meio ambiente, o PET é de fácil reciclagem, mantendo elevadas características técnicas que garantem inúmeras aplicações em diferentes mercados.

O PET pode ser reciclado de maneira mecânica, energética ou química. A reciclagem mecânica é a mais aplicável ao PET no Brasil. Trata-se de um processo mais simples, em relação à reciclagem química, permitindo razoável controle nas características e na qualidade do produto final, agregando adequado valor ao produto e à sociedade.

A reciclagem mecânica consiste na conversão das embalagens em flakes ou grânulos que podem ser reutilizados na fabricação de novos produtos. Suas etapas básicas abrangem o sistema de coleta e triagem de garrafas, separação em função das cores e outros plásticos, moagem, lavagem e outras transformações termomecânicas de grau técnico mais elevado.

Nesse processo, as características técnicas do PET são mantidas muito próximas dos níveis da resina original.

Assim, o material reciclado permite obter embalagens não-alimentícias tão boas quanto as produzidas com PET virgem.

Em resumo, o PET reciclado reúne todas as características que fazem dele um produto alinhado aos modernos conceitos de sustentabilidade: contribui para a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais não-renováveis, gera renda para os setores mais carentes da sociedade, dinamiza a indústria e a economia e atende o consunidor com embalagens práticas e bonitas.

domingo, 16 de novembro de 2008

A solução para reciclar equipamentos de Informática


Newtech Recycling - More free videos are here

Essa é uma empresa especializada em reciclar equipamentos de Informática nos EUA. A empresa possui representantes em mais de 60 cidades espalhadas por todo o país.

Até hoje eu nunca vi uma empresa ou fábrica de reciclagem aqui no Brasil que ofereça uma solução para os equipamentos de Informática. Quem topa inaugurar uma?


Diferentemente do que ocorre na Europa, onde, por lei, os fabricantes são obrigados a recolher e reciclar equipamentos antigos, no Brasil, a maioria das empresas deixa os usuários à própria sorte na hora de descartar seus eletrônicos.

Procuradas pela reportagem, Philips, Lenovo e Positivo Informática, por exemplo, afirmaram não possuir nenhum programa para a coleta de equipamentos usados. Já a Panasonic não soube informar se tinha um projeto do tipo. "Isso é um absurdo", diz Zeina Alhajj, do Greenpeace. "Se as empresas possuem meios para produzir equipamentos, elas também tem que ter formas de reciclá-los."

Segundo o gerente de Meio Ambiente da Sony, Daniel Iglezia, o lixo eletrônico não é uma preocupação para grande parte das empresas do País. " Elas estão amparadas pela inexistência de uma lei que regulamente o descarte." A tal legislação está para ser votada no Congresso desde 1980. É a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que, neste ano, foi reformulada e colocada novamente na fileira do Legislativo para aguardar a votação. "A política estabelece as responsabilidades do Estado, das empresas e dos cidadãos no descarte", explica Sílvia Astolpho, do Ministério do Meio Ambiente.

Se aprovada, a legislação tornará os fabricantes responsáveis por reciclar o lixo eletrônico. Isso, entretanto, preocupa companhias como a Dell. "O governo, antes de jogar o problema para as empresas, tem que criar infra-estrutura", diz a gerente de Responsabilidade Social da companhia, Natasha Duarte. "No País, não existem empresas de reciclagem. Teríamos que mandar os descartes para o exterior. Esse custo vai acabar indo para o consumidor final."

A Dell, atualmente, recolhe micros usados da marca. "Armazenamos tudo em um galpão até que, um dia, tenhamos um local para reciclagem", diz Natasha. Enquanto a aprovação da lei não vem, a única regulamentação existente na área trata do descarte de pilhas e baterias, que, se possuírem alta presença de chumbo, cádmio ou mercúrio, devem ser recolhidas pelos fabricantes.

"Essa resolução é muito fraquinha. Quase não se fazem mais pilhas com esses materiais, só algumas baterias de celulares", diz Iglezia, da Sony, empresa que possui um programa para o descarte de baterias. Por causa da resolução, os fabricantes de celulares mantêm projetos de coleta e reciclagem de baterias. A Nokia, entretanto, é uma exceção e vai além, recolhendo também aparelhos antigos. "É só deixar o telefone usado em uma de nossas assistências técnicas", diz a diretora de Pós-venda, Sandra Albuja.

Os fabricantes de impressoras também costumam recolher equipamentos usados. Sazonalmente, HP, Epson e Lexmark, em promoções, dão descontos em novos produtos a quem entregar seu equipamento usado. "É para dar um destino correto aos equipamentos e alavancar as vendas", explica o diretor-geral da Lexmark, Leonel da Costa. A Lexmark também mantém um programa de descarte de cartuchos. "O usuário pode trocar um cartucho vazio, desde que seja original, por um ingresso de cinema do Cinemark."

sábado, 8 de novembro de 2008

Lei municipal vai obrigar supermercados a substituírem sacolas plásticas tradicionais




A Prefeitura de Maringá está finalizando um projeto de lei proibindo o uso da sacola plástica tradicional nos supermercados. A idéia é substituir esse material por uma embalagem retornável. Os supermercados entregam 18 milhões de sacolas, por mês, aos clientes. Esse material leva até 400 anos nos lixões para se decompor.De acordo com o chefe de Gabinete, Ulisses Maia, esse projeto vem sendo discutido com a Associação Paranaense dos Supermercados (Apras) e a Fundação Verde (Funverde). “As empresas já estão utilizando a oxi-biodegradável, que traz menos danos ao meio ambiente. Queremos agora uma retornável”, diz. Desde fevereiro, por força de um decreto municipal, todos os sacos de lixo utilizados pela prefeitura foram substituídos por oxi-biodegradáveis. São consumidos 500 mil por ano.O presidente da Funverde, Cláudio José Jorge, dá seu aval à medida da prefeitura. Segundo ele, a oxi-biodegradável é a solução imediata, pois este material se decompõe em apenas 18 meses.

O presidente regional da Apras, Tirlei Maia Kotsifas, adianta que cerca de 90% dos supermercados de Maringá já adotou a oxi-biodegradável, antecipando-se a uma determinação do Ministério Público Estadual que deu prazo de 30 dias para que todas as empresas paranaenses substituíssem a sacola plástica tradicional.

Kitsifas diz, no entanto, que a utilização da tecnologia oxi-biodegradável ainda não é a solução ideal, mas apenas um paliativo. A idéia é substituir esse material descartável por um retornável, que poderia ser de nylon ou tecido. “O consumidor pagaria algo em torno de R$ 2 e utilizaria esta sacola sempre que fosse às compras no supermercado”, explica.

A polêmica em torno das oxi-biodegradáveis, segundo Ana Domingues, da Funverde, não se justifica. “Existem mais de 50 países utilizando, inclusive na Europa. Os laudos atestam que são seguras. Quem está brigando contra são as petroquímicas que perdem 1% de lucro com o uso desta tecnologia.”